Controle de qualidade na fabricação de estruturas metálicas

O controle de qualidade reúne todas as atividades que visam a prevenção de falhas de projeto, fabricação e montagem, não se restringindo somente à função de inspeção. Além da verificação das matérias-primas, do produto em fabricação, da montagem, das ferramentas e dos calibradores, inclui a investigação das causas dos defeitos, a escolha dos métodos e dos planos de inspeção, a análise dos dados relativos às perdas e a determinação do nível de qualidade desejado no mercado.

Ensaios não destrutivos em ligações soldadas

Os ensaios não destrutivos são utilizados para determinar características, propriedades (ensaios físico-químicos), dimensões (ensaios metrológicos) ou comportamento de peças ou equipamentos (ensaios funcionais).

A inspeção visual é qualificada pela norma da Petrobras N-1597 REV. D - Ensaio não destrutivo visual.

O ensaio de líquido penetrante é normatizado pela norma da Petrobras N-1596 VER. H - Ensaio não destrutivo de líquido penetrante.

A inspeção por partículas magnéticas é qualificada pela norma da Petrobras N-1598 REV. E - Ensaio não destrutivo de partículas magnéticas.

O ensaio radiográfico é qualificado pela norma da Petrobras N-1595 REV. G - Ensaio não destrutivo de radiografia.

A inspeção por ultrassom é qualificada pela norma da Petrobras N-1594 REV. F - Ensaio não destrutivo de ultrassom.

As fotos da imagem abaixo, mostram o resultado de um ensaio realizado em uma peça que acabou de receber um furo e, visualmente, não apresenta nenhuma descontinuidade, porém, após o ensaio de PM, a trinca fica evidente.

Foto da esquerda [a] mostrando a peça antes da inspeção por partículas, e a foto da direita [b] mostrando a trinca originada do furo. FONTE:ANDREUCCI (2014).

Inspeção visual da superfície pintada

Após a aplicação de cada demão de tinta, toda a superfície pintada deve ser inspecionada visualmente ou com auxílio de algum instrumento ótico para identificar eventual aparecimento de defeitos (NUNES e LOBO, 2014).

Atualmente, a experiência do inspetor é que, na maior parte das vezes, determina se o defeito é aceitável ou não. Contudo, a norma ASTM D714 (2009) estabelece um método para qualificação do empolamento em função do tamanho e da distribuição das bolhas.

A Norma ASTM D714 (2009) classifica as bolhas quanto ao tamanho e frequência que são apresentadas na superfície. Os tamanhos são classificados numa escala de 0 a 10, onde o número 10 significa ausência de bolhas. Bolhas nº 8 representam o menor tamanho facilmente identificadas a olho nu. A frequência é qualificada em:

- D: Densa

- MD: Médio-densa

- M: Média

- F: Pouco

A amostra é avaliada quanto ao aparecimento e evolução de bolhas e classifica-se conforme padrões visuais predeterminados.

Aferição das espessuras das películas de tinta

Esta é a mais tradicional das ações de controle de qualidade durante a aplicação de um esquema de pintura.

A medição das espessuras das películas de tinta é muito importante e deve ser realizada para cada demão de tinta em dois estágios. Primeiramente, é medida a espessura da película úmida e, posteriormente, com a película seca. A medição da espessura de película úmida normalmente é feita pelo pessoal da execução, e visa o controle da aplicação, evitando descontinuidades ou consumo exagerado da tinta. Esta medição é realizada com auxílio de instrumento do tipo calibre comparador. (NUNES e LOBO, 2014)

Para a espessura da película seca, são utilizados instrumentos do tipo elcometer, microtes ou eletrônicos, e todos têm funcionamento baseados no princípio de emissão de campo magnético. Na figura 7, são apresentadas fotos realizadas pelo autor em fábrica de estruturas metálicas, onde mostram o ensaio de aferição de espessura de película de tinta.

A inspeção das películas secas de tinta consiste em avaliar algum tipo de deficiência na película de tinta, isso por estarem sujeitas a falhas que podem afetar a real necessidade do desempenho das tintas. As falhas podem ser pontuais ou generalizadas, que podem ter como principal causador itens já relacionados com controles de processos, condições ambientais e aplicabilidade dos produtos.

Esse controle tem como objetivo evidenciar a camada de tinta seca especificada pelo boletim técnico da tinta, pois ela serve como uma barreira que promove a proteção anticorrosiva no substrato.

Segundo a norma Petrobras N-13 revisão K, a medição da espessura deve ser afetada após decorrido o tempo de secagem para repintura de cada demão, e deve ser realizado um número de medições correspondente, em valor absoluto, a 10% da área total pintada.

Determinação de descontinuidades

O teste de descontinuidade normalmente deve ser realizado após a conclusão da aplicação de esquemas de pintura de alto desempenho no que diz respeito a corrosão. Quando efetuado, deve abranger toda a superfície pintada. É especialmente recomendado para esquemas de pintura que irão trabalhar em imersão permanente e em atmosferas muito úmidas e agressivas. (NUNES e LOBO, 2014)

Existem dois aparelhos diferentes para avaliar eventuais descontinuidades no esquema de pintura. Ambos têm como princípio avaliar a capacidade de uma corrente elétrica de atravessar a película de tinta.

O aparelho por via úmida é de baixa voltagem e só identifica falhas passantes, ou seja, que atravessam toda a espessura do esquema de pintura. Uma esponja de poliuretano, na extremidade do cabo, encharcada em água salgada, cria condições ideais para a corrente elétrica atravessar a película de tinta na região da falha e indicá-las por meio de um sinal luminoso ou sonoro.

Já o aparelho por via seca é de alta voltagem (até 30.000 volts). A grande vantagem desse aparelho é o poder de identificar qualquer tipo de falha, passante ou não, inclusive regiões com baixas espessuras. A desvantagem é que é inadequado para esquemas de baixas espessuras, pois por menor que seja a voltagem regulada, a corrente pode perfurar a película de tinta.

Desse modo, o aparelho de via úmida é utilizado para avaliar descontinuidades em esquemas de pintura cuja espessura total não ultrapasse 100 μm, e o de via seca, para os demais casos. (NUNES e LOBO, 2014)

FONTE: Texto retirado da REEC - Revista Eletrônica de Engenharia Civil Volume 13, Nº 1, 20-34 do trabalho "MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS E CONTROLE DE QUALIDADE NA MONTAGEM E FABRICAÇÃO DE ESTRUTURAS METÁLICAS" "Demonstrations in pathological steel structures and quality control in assembly and fabrication of steel structures" que apresenta um estudo científico e tecnológico sobre o controle de qualidade na fabricação e montagem de estruturas metálicas.

CONTATO DOS AUTORES: Contato com os autores: 1 e-mail: caio.sacchi@gmail.com (C. C. Sacchi) Mestrando do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. 2 e-mail: alex@ufscar.br (A. S. C. de Souza) Professor Associado do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar

LINK PARA O PDF COM O CONTEÚDO COMPLETO DO TRABALHO:  https://www.revistas.ufg.br/reec/article/view/41214/pdf

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