Não chega a ser preciso um diploma em ciência de foguetes para saber que uma indústria do porte e da complexidade da automotiva, é uma das maiores interessadas e usuárias de métodos de rastreabilidade. São necessárias, em média, cerca de 70.000 peças para a composição de um carro aos moldes de um Chevrolet Onix®.
É claro que este número varia conforme a marca, o modelo e até o ano do veículo, com peças que vão da mais alta importância para o funcionamento, até as que são apenas acessórios.
Imagine agora, você, cuidar de parte desse jogo gigante de componentes. Ter o zelo necessário para que, quando o momento de seu uso chegue, estes estejam à postos e, ainda mais importante, diferenciados entre si. Claro que manter tantos itens agrupados e preparados exige a necessidade de um estoque, mas escalonando tais questões, multiplicamos também a quantidade total de carros a serem produzidos por hora, por dia, ou mês que seja.
É uma conta gigantesca, não é mesmo?! E é nessa hora que a rastreabilidade na indústria automotiva tem sua valia mais do que justificada.
Rastreabilidade industrial 101
Ela nada mais é do que o processo que documenta a genealogia das partes e dos subconjuntos associados a um veículo específico, conforme descrito pela Automation World, em 2012.
Você ainda pode ser cético e se perguntar se vale a pena inserir um QR Code ou um código de rastreamento interno em cada porção das máquinas que compõem o automóvel? Pode, mas saiba que a resposta segue sendo sim. Aqui na PRO Marking recebemos muitas solicitações de serviços de gravação a laser ou por micropuncionamento, onde um simples data matrix ou um QR Code já são suficientes para sanar as necessidades do cliente.
Versatilidade, multidisciplinaridade e inteligência
Todos estes dados podem ser acumulados em partes distintas, as quais geram não só um sucesso em termos de habilidade e eficiência, como também uma segurança, que é primordial para a boa estabilidade das marcas no mercado.
Onde o perigo habita, a solução é vizinha
Imagine que você comprou um carro zero e, depois de pouquíssimo tempo, apenas alguns meses, você está assistindo televisão e se depara com um anúncio rígido. A concessionária está realizando uma ação de recall para o mesmo modelo que você acabou de comprar. Como saber se o seu carro está dentre os sinalizados? Como eles sabem quais carros apresentam o erro? Como mantém o controle de qualidade que os assegura que tal problema previsto de fato não vá ocorrer?
Sim, muitas perguntas, mas em geral quase todas têm a mesma resposta: rastreabilidade industrial.
A indústria automotiva tem sido a mais impactada por recalls de produto em anos recentes, conforme demonstra pesquisa levantada em 2017 pela Allianz Global Corporate & Specialty.
Rastreabilidade de fornecedores e os recalled products
Como a cadeia em si é muito grande, estão implicadas complexidades que o cérebro humano pode ter dificuldades de lidar por conta própria. Um dos gatilhos para o recall de um produto é, geralmente, um problema com matérias primas ou atividades de mão de obra mal realizadas. Produtores precisam ter a total visão do processo, para garantir sua eficácia.
Os retornos em si precisam passar por um sistema integrado de rastreabilidade em que a ordem de compra inicial seja identificada, onde histórico, variações de custo, notas fiscais, notas de crédito e ordens de compra sejam todas atualizadas.
E, em termos de inventário, você precisa se assegurar de que os bens retornados sejam todos devolvidos aos seus compradores originais, uma vez que não se trata de uma simples devolução. Identificar o produto dentro de seu próprio estoque pode ser também um verdadeiro caos e, a essa altura do campeonato, sabemos que ainda existem dúvidas acerca da complexidade do tema para a indústria automobilística.
Rastreabilidade de produção, entrega e de compradores
Com um sistema de identificação ativo e vigente, os produtores não somente decidem quais informações precisam ser carregadas ao longo da produção (matérias-primas, condições diversas de tamanho, localização no estoque e documentação técnica de especificações e certificações), como também podem contar com a plena colaboração de outros times, na organização e identificação de quais materiais e componentes exigem rastreabilidade. Aqui os recalls longos, extensos e televisionados, já podem ser desconsiderados ao passo em que já se fala em “mini recalls” ou “mock recalls”.
Um passo rumo ao futuro
Quando se falava de recall, lá pelos anos 80 e 90, sabe-se bem que a dor de cabeça, a confusão e as incertezas seriam personagens presentes durante todo o processo. Por mais que as grandes indústrias já dessem a devida atenção ao quão importante o processo de gravação era, da rastreabilidade como um todo, quando um produto saía da fábrica, você precisava de tecnologia especial, um rebuscado leitor de códigos de barras para identificar as peças. Hoje uma simples câmera de celular está mais do que apta a realizar esse trabalho.
Isso abre portas a um aprimoramento do atendimento ao cliente, não apenas auxiliando-o na captura das informações, mas também no manuseio, na resolução dos problemas levantados e, acima de tudo, simplificando o processo de revisão do produto e prevendo melhor possíveis falhas de produção e de lote.
Com uma gravadora a laser, por exemplo, nem mesmo a necessidade de preocupação com manutenção e gestão de insumos químicos se fazem mais necessárias. O que não só barateia o processo de rastreabilidade, como fornece ao projeto e ao meio ambiente, toda uma segurança.
Lições aprendidas com uma das maiores indústrias do mundo
A indústria automobilística não está onde está por razões tolas. A certeza de que uma tecnologia poderia lhe trazer tanta valia, bem como a capacidade de inovar e trazer essa inovação ao público, as fizeram se manter como uma das mais consolidadas da atualidade. A destreza com que manuseia casos críticos é, sim, um exemplo de resiliência ímpar, mas não deve-se ignorar o fato de que a completa rastreabilidade do produto e do manuseio dos mesmos, é o que as fazem evitar despesas bilionárias.
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